Exemplos de Redações nota 1000 no ENEM 2019
A redação é a parte mais importante na prova do ENEM, pois é a única nota em que é possível alcançar 1000 pontos e muitas universidades dão um peso maior a redação.
Por esse motivo é essencial que você estude e treine para a Redação do ENEM. Para isso selecionamos as redações de alguns alunos que tiraram nota 1000 na redação do ENEM 2019 cujo tema foi Democratização do acesso ao cinema no Brasil. Confira abaixo:
Redação de Luísa Mello
A primeira exibição pública do cinema ocorreu no ano de 1895 na França e, aos poucos, difundiu-se para todas as nações, sendo ainda uma grande fonte de entretenimento, inclusive no Brasil. Além disso, é notória sua função social ao proporcionar aos espectadores tanto uma atividade de lazer quanto uma propagação de informações e de conhecimentos, como os documentários e os filmes contendo alusões históricas. Nesse viés, a Constituição brasileira de 1988 determina o direito ao entretenimento a todos os cidadãos, assegurando o princípio da isonomia. Entretanto, o acesso aos cinemas no país vem deixando, grandemente, de ser democrático, sobretudo devido à segregação espacial e aos elevados custos, ferindo o decreto, o que demanda ação pontual.
Decerto, o processo de urbanização brasileiro ocorreu de forma acelerada e desorganizada, provocando o surgimento de aglomerados no entorno dos centros urbanos. Diante dessa conjuntura, essas periferias sofrem, de modo geral, históricas negligências governamentais, como a escassez de infraestrutura básica, de escolas e de hospitais. Não obstante, tais regiões também carecem de espaços de lazer, como os cinemas, que, majoritariamente, concentram-se nas áreas centrais e de alta renda das cidades. Assim, corrobora-se a teoria descrita pelo filósofo francês Pierre Lévy de que “toda nova tecnologia gera seus excluídos”. Portanto, o cinema, sendo uma inovação técnica, promove a segregação dos indivíduos marginalizados geograficamente.
Ademais, a maioria dos cinemas pelo Brasil cobram altos valores pelos ingressos das sessões, o que se torna inviável para grande parte da população, haja vista a situação econômica de crise que o país enfrenta, em que muitos indivíduos se encontram desempregados ou possuem baixa renda familiar. Desse modo, descumpre-se a determinação da Constituição Cidadã de igualdade de acesso ao lazer pela população, especialmente um entretenimento tão difundido entre a sociedade e de grandes benefícios pessoais, como a aquisição de informações e a ampliação da criticidade. Por fim, ratifica-se a tese desenvolvida pelo jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein acerca da Cidadania de Papel, isto é, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao plano teórico. Logo, a garantia de igualdade de acesso ao cinema pelos cidadãos não é satisfatoriamente aplicada na prática, impulsionando a segregação social.
Observa-se, então, a necessidade de democratização dos cinemas no Brasil. Para tanto, é preciso que a Ancine – Agência Nacional de Cinema – amplie o acesso da população aos cinemas. Isso ocorrerá por meio do incentivo fiscal às empresas do ramo, orientando a construção de mais cinemas nas regiões periféricas, a redução dos preços dos ingressos e a concessão de gratuidade de entrada para a parcela da sociedade pertencente às classes menos favorecidas, como indivíduos detentores de renda familiar inferior a um salário mínimo. Dessa forma, mais brasileiros terão a possibilidade de acesso aos cinemas e, finalmente, a isonomia será garantida nesse contexto, reduzindo a desigualdade entre a população.
Redação de Isabelle Moreira
A Constituição Federal de 1988 ― norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro ― garante o acesso ao lazer. No entanto, a população se mostra distante da realidade prometida pela norma constitucional, haja vista que os cinemas brasileiros recebem um público cada vez menor. Dessa forma, entende-se que a desigualdade regional, bem como a elitização do acesso ao cinema apresentam-se como entraves para a inclusão na esfera cinematográfica.
Em primeiro plano, é necessário ressaltar que o acesso ao cinema é mal distribuído no território brasileiro. A esse respeito, em 1956, durante o governo de Juscelino Kubitschek, multinacionais se instalaram no Brasil, majoritariamente, nas regiões Sul e Sudeste. Desse modo, na contemporaneidade, o país expandiu sua preferência regional para a indústria cinematográfica, de modo que as regiões Norte e Nordeste ainda apresentam-se excluídas a esse acesso ao lazer, pelo fato de as empresas preferirem construir os cinemas em grandes metrópoles as quais lhes darão mais lucro. Nesse viés, enquanto parcela do país for privilegiada, o direito constitucional será uma realidade distante para parte da população.
Ademais, outro fator é responsável pela deficiência da democratização no âmbito cinematográfico: a elitização do acesso. Segundo o filósofo Pierre Lévy, toda tecnologia cria seus excluídos, de fato, a população de baixa renda é mantida excluída no que diz respeito à tecnologia do cinema, devido à segregação socioespacial. Nesse sentido, grande parcela dos cinemas se localizam em "shoppings centers", com ingressos caros que nem todos podem pagar. Desse modo, é necessário que medidas sejam tomadas para garantir o acesso a todas as classes.
Fica evidente, portanto, que nem todos têm acesso ao cinema como entretenimento. Nesse contexto, cabe ao Ministério da Cultura ― órgão responsável pelo sistema cultural brasileiro ― garantir à população a oportunidade de frequentar um cinema, por intermédio de políticas de descontos na compra de ingressos de acordo com a renda, a fim de incluir toda sociedade no "mundo cinematográfico". Dessa forma, os brasileiros verão o direito garantido pela Constituição como uma realidade próxima.
Correção de redação instantânea, detalhada e gratuita. Curso, apostila e materiais para evoluir sua nota na redação ENEM.
Últimos conteúdos
GRQTECH SISTEMAS DE INFORMACAO LTDA 33.841.042/0001-04