Exemplos de Redações nota 1000 no ENEM 2022

A redação é a parte mais importante na prova do ENEM, pois é a única nota em que é possível alcançar 1000 pontos e muitas universidades dão um peso maior a redação.

Por esse motivo é essencial que você estude e treine para a Redação do ENEM. Para isso selecionamos as redações de alguns alunos que tiraram nota 1000 na redação do ENEM 2022 cujo tema foi Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil Confira abaixo:

Redação de Samantha Souza

Em sua obra "O Cidadão de Papel", Gilberto Dimenstein aborda a desvalorização de alguns indivíduos na sociedade brasileira, uma vez que boa parte dos direitos humanos está apenas registrada no papel, ou seja, não está sendo exercida na prática. Diante disso, no cenário hodierno, a visão do autor é verificada na questão dos desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil. Nesse sentido, observa-se um delicado confronto que tem como razões a negligência de leis, bem como a falta de informação.

Em primeira análise, vale ressaltar que a insuficiência da legislação intensifica o desafio de conservar as diferentes organizações sociais. A Constituição Brasileira de 1988 busca garantir a integridade dos seres vivos e o meio em que vivem. Sob essa perspectiva, a esfera legislativa rompe esse raciocínio em relação à cultura e à sociedade, visto que, muitas vezes, as comunidades distintas não são reconhecidas, principalmente os quais integram na importância da preservação do meio ambiente e do envolvimento na economia, devido à escassez da implantação da lei, com rigor, em reconhecimento de diversos povos da natureza e seus hábitos culturais. Assim sendo, infere-se que a ação legislativa não foi capaz de garantir a valorização de diferentes organizações sociais.

Em segunda análise, é importante destacar que a falta de informação permite o desafio de preservar as comunidades e os grupos tradicionais. Em sua obra "A República", Platão narra "A Alegoria da Caverna", em que os prisioneiros acorrentados em uma cova veem somente sombras refletidas na parede e eles acreditam que são reais. Nessa perspectiva, em situação análoga à metáfora, no contexto atual, os brasileiros que não têm conhecimento acerca das culturas e sociedades distintas vivem na escuridão, isto é, na ignorância, haja vista que não reconhecem os diversos hábitos culturais e nem preservam os territórios dos indígenas, quilombolas, pescadores e entre outros devido à escassez da consciência dos intolerantes sobre a importância dessas comunidades e povos tradicionais em proteger o meio ambiente. Dessa forma, deduz-se que a ignorância contribuiu para a desvalorização dos grupos dos saberes ancestrais.

Portanto, o governo – agente responsável por zelar pela nação –, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, deve garantir o reconhecimento das organizações sociais do ecossistema, por todo o Brasil, por meio da aplicação da lei, com rigor, com o intuito de valorizar as comunidades e os povos tradicionais da pátria verde-amarela, e também preservar a natureza, para uma sociedade mais justa e igualitária. Ademais, é necessário a realização de debates sobre o reconhecimento e a conservação dos grupos da biodiversidade, a fim de que a população tome conhecimento e valorize-os. Dessa maneira, feito isso, não haverá mais "cidadãos de papel", consoante a visão de Dimenstein.

Redação de Nicole Carvalho

No Brasil, o Artigo 1° da Constituição Federal de 1988 delibera a garantia da cidadania e da integridade da pessoa humana como fundamento para a instituição do Estado Democrático de Direito, no qual deve-se assegurar o bem-estar coletivo. No entanto, hodiernamente, não há o cumprimento efetivo dessa premissa para a totalidade dos cidadãos, haja vista os empecilhos no que tange à valorização de comunidades e povos tradicionais no país. Nesse viés, torna-se essencial analisar duas vertentes relacionadas à problemática: a inferiorização desses grupos bem como a perspectiva do mercado nacional.

Sob esse prisma, é primordial destacar a discriminação contra esses indivíduos no Brasil. Nesse sentido, de acordo com o sociólogo canadense Erving Goffman, o estigma caracteriza-se por atributos profundamente depreciativos estabelecidos pelo meio social. Nesse contexto, observa-se a maneira como os povos tradicionais, a exemplo dos quilombolas e dos ciganos, sofrem a estigmatização na sociedade brasileira, pois são, muitas vezes, considerados sujeitos sem utilidade para o crescimento econômico do país, uma vez que as práticas de subsistência são comuns nessas comunidades. Dessa forma, ocorre a marginalização desses grupos, fato o qual os distancia da valorização no país.

Outrossim, é relevante ressaltar a perspectiva mercadológica brasileira como fator agravante dessa realidade. Nessa conjuntura, segundo a obra "O Capital” escrita pelos filósofos economistas Karl Marx e Friedrich Engels, o capitalismo prioriza a lucratividade em detrimento de valores. Nesse cenário, diversas empresas, no Brasil, estruturadas em uma base capitalista, atuam a partir de mecanismos de financiamento e apoio às legislações que incentivam a exploração de territórios ambientais habitados pelos povos tradicionais, como a região amazônica, sem levar em consideração a defesa da sociobiodiversidade nessas comunidades. Desse modo, há a manutenção de ações as quais visam somente ao lucro no mercado corporativo e são coniventes com processos de apropriação bem como de desvalorização dos nichos sociais de populações tradicionais no país.

Portanto, são necessárias intervenções capazes de fomentar a valorização desses indivíduos na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação promover a mudança das concepções discriminatórias contra as comunidades tradicionais, por meio da realização de palestras periódicas nas escolas, ministrados por sociólogos e antropólogos, as quais conscientizem os sujeitos acerca da importância desses povos para o país, a fim de minimizar o preconceito nesse âmbito. Além disso, é dever do Ministério da Economia impor sanções às empresas que explorem os territórios habitados por essas comunidades, com o intuito de desestimular tais ações. A partir dessas medidas, a desvalorização das populações tradicionais poderá ser superada no Brasil.

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