O desafio da doação de órgãos na sociedade brasileira
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 47% das famílias se recusam a doar órgãos de parentes. Esse ato pode salvar vidas, por isso é importante discutir o assunto.
Escrito por Prof. Raquel de Lima
Atualizado em 3 de Setembro de 2023A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ‘‘O desafio da doação de órgãos na sociedade brasileira’’, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Não se esqueça: seu texto deve ter mais de 7 (sete) linhas e, no máximo, 30 linhas.
TEXTO 1
TEXTO 2
47% das famílias se recusam a doar órgão de parente com morte cerebral
Não é a falta de estrutura, mas a negativa familiar o principal motivo para que um órgão não seja doado no Brasil. De todas as mortes encefálicas e que, portanto, os órgãos poderiam ser transferidos para pacientes que correm risco de morte, pouco mais da metade se transforma em doação. O número é alto e cresceu de 41%, em 2012, para 47% em 2013, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
De acordo com o nefrologista José Medina Pestana, a principal justificativa das famílias para não doar órgãos é o fato de nunca terem conversado sobre o desejo de doar. “Por isso, insistimos que isso tem que ser assunto de família”, diz o integrante da ABTO.
Quando isso não é um assunto resolvido, cabe a uma equipe do hospital responsável pela captação de órgãos explicar à família que a morte encefálica já é a morte. Quando ela é decretada é porque ocorreu a parada definitiva e irreversível do cérebro e do tronco cerebral, o que provoca em poucos minutos a falência de todo o organismo.
No Hospital São Paulo, coube a uma integrante desta equipe conversar com a professora de língua portuguesa Gizele Caparroz de Almeida, 50 anos. Na festa de Ano Novo, seu marido, Varlei de Andrade, sentiu uma forte dor de cabeça. Era mais uma vítima de um AVC hemorrágico.
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“A doação é uma forma de transformar a dor em algo bom. As pessoas podem fazer algo bom de uma situação de extrema tristeza como esta que estou vivendo. Eu sei que é uma visão romântica, mas a doação ajuda a pensar que ele continua”, diz Gizele. “Estávamos casados há 25 anos, no ano passado fomos viajar, trocamos aliança. É uma dor imensa. A morte foi de uma hora para outra. A gente tem – e eu não vou falar tinha – uma família linda. Mas não tem ruptura quando se tem amor”, completa.
O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde.
Disponível em: https://sindhosp.org.br/47-das-familias-se-recusam-a-doar-orgao-de-parente-com-morte-cerebral/ (adaptado).
TEXTO 3
Nos últimos dez anos, o número de transplantes realizados no Brasil cresceu 63,8%, passando de 14.175 procedimentos em 2004, para 23.226 em 2014. […] Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o destaque do resultado se deve ao esforço e ao comprometimento das equipes multiprofissionais envolvidas diretamente no processo de doação e transplante e, principalmente, à solidariedade das famílias brasileiras, responsáveis por autorizar a doação do seu familiar, fator sem o qual os transplantes de doadores falecidos não aconteceriam.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-09/brasil-e-destaque-no-contexto-mundial-de-doacao-de-orgaos (adaptado).
TEXTO 4
A doação de órgãos pode salvar muitas vidas. Cada doador beneficia, em média, cinco pessoas. Entretanto, a falta de aprovação da família ainda é um empecilho para quem está na fila dos transplantes. Hoje, 50% das famílias nega a doação de órgãos dos entes falecidos. Por causa da falta de doador morto, casos de doação intervivos crescem. Os mais comuns são: rins e fígado. O intestino também está entrando nessa lista, mas ainda é raro. Já os transplantes mais comuns com doador morto é rim, fígado, pâncreas, coração, pulmão e intestino, nessa ordem. Além dos órgãos, tecidos como córnea, pele e ossos também podem ser doados. Depois do transplante, a pessoa vai tomar para o resto da vida os imunossupressores. São medicamentos que diminuem a força do organismo para não rejeitar o novo órgão, que é visto como corpo estranho. Por causa disso, a pessoa fica mais propensa a ter infecções e desenvolver algumas doenças. Por isso, vai precisar de um acompanhamento mais de perto.
Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/07/22/metade-das-familias-negam-a-doacao-de-orgaos-de-entes-falecidos.ghtml (adaptado).
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