Os impactos da superexposição de crianças e adolescentes no Brasil
Escreva agora uma redação sobre os impactos da superexposição de crianças e adolescentes no Brasil

Escrito por Prof. Raquel de Lima
Atualizado em 29 de Outubro de 2025Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Os impactos da superexposição de crianças e adolescentes no Brasil”, apresentando proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Não se esqueça: seu texto deve ter mais de 7 (sete) linhas e, no máximo, 30 (trinta) linhas.
Texto 1:

Texto 2:
Adolescente processa pais por fotos de infância publicadas na internet
Uma adolescente austríaca de 18 anos está processando os pais por publicarem mais de 500 fotos de sua infância no Facebook. Segundo ela, as imagens são embaraçosas e violam a privacidade.
"Eles não têm vergonha e nem limites", declarou ao Austria's Haute. "Não ligavam se eu estava sentada no vaso sanitário ou deitada nua no berço, todo momento foi fotografado e tornado público". A jovem garante que será a primeira de muitos, caso ganhe o processo, já que outras pessoas podem começar a questionar os rastros que elas têm na internet e se existe uma "permissão" para os pais fazerem isso.
As fotos foram compartilhadas com cerca de 700 pessoas, entre amigos e conhecidos dos pais no Facebook. No entanto, considerando as falhas de segurança e outros pontos, o número é potencialmente maior, o que aumenta as chances de exposição a predadores online.
Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2016/09/adolescente-processa-pais-por-fotos-da-infancia-publicadas-na-internet.html (adaptado).
Texto 3:
Embora o termo sharenting ainda não seja familiar para todos, sua prática já está profundamente enraizada na rotina digital de muitas famílias brasileiras. A palavra, que combina os termos sharing (compartilhar) e parenting (paternidade/maternidade), representa o ato de pais postarem imagens, vídeos e informações pessoais dos filhos nas redes sociais, muitas vezes, ainda na gravidez ou nos primeiros meses de vida.
Além disso, como enfatiza a especialista, há riscos reais e urgentes que ultrapassam a esfera da privacidade. As imagens compartilhadas podem ser alteradas por inteligência artificial e utilizadas em esquemas criminosos, como pornografia infantil e redes de pedofilia. O número crescente de denúncias na SaferNet Brasil reforça o alerta: só em 2023, foram quase 72 mil registros de abuso infantojuvenil online, um crescimento de 70% em relação ao ano anterior.
Vale destacar ainda que esse fenômeno pode se relacionar diretamente com a saúde mental das crianças. Afinal, quando expostas sem controle à internet desde muito cedo, elas carregam rótulos e julgamentos que podem impactar sua construção de identidade, gerar ansiedade, afetar a autoestima e provocar distúrbios emocionais duradouros.
Para além da esfera familiar, a legislação brasileira também se posiciona. A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garantem o direito à privacidade, à imagem e à dignidade das crianças e adolescentes, além de proibirem tratamentos constrangedores ou vexatórios. Ainda assim, a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no caso de menores segue sendo um desafio — especialmente porque as plataformas digitais não exigem validações eficazes para perfis infantis.
Disponível em: https://www.camara.leg.br/radio/programas/1078873-ep75-sharenting-a-superexposicao-de-fotos-de-criancas-na-rede-e-os-crimes-digitais/ (adaptado).
Texto 4:
A idade do primeiro acesso à Internet por crianças brasileiras vem se antecipando nos últimos anos. A TIC Kids Online Brasil 2023, lançada nesta quarta-feira (25), mostrou que 24% dos entrevistados relataram ter começado a se conectar à rede na primeira infância, ou seja, até os seis anos de vida. A título de comparação, na edição de 2015, essa proporção era de 11%.
Conduzida desde 2012 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a pesquisa TIC Kids Online Brasil apresenta as tendências quanto ao acesso e ao uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) pela população brasileira com idade entre 9 e 17 anos. A edição de 2023 foi lançada durante o 8º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, realizado pelo NIC.br e CGI.br.
“A pesquisa mostra tendência crescente de uso da Internet já na primeira infância. Esse fenômeno reforça a necessidade de dados robustos acerca das oportunidades e dos riscos online vivenciados por crianças e adolescentes, que orientem políticas e ações voltadas à garantia dos seus direitos e proteção”, aponta o gerente do Cetic.br|NIC.br, Alexandre Barbosa.
Atualmente, 95% da população de 9 a 17 anos é usuária de Internet no país, o que representa 25 milhões de pessoas. O celular foi apontado como um dispositivo de acesso para 97% dos usuários, sendo o único meio de conexão à rede para 20% dos entrevistados. Os dispositivos: telefone celular, televisão, computador e videogame. Considerando-se somente as classes DE, essa proporção chega a 38%.
“Limitações na disponibilidade de dispositivos podem restringir os benefícios e ampliar as desigualdades entre indivíduos em diferentes contextos socioeconômicos. No Brasil, o celular ainda é o único dispositivo para conexão à Internet para parcela importante de crianças e adolescentes, sobretudo das classes DE”, explica Barbosa.
O acesso à Internet pela televisão tem aumentado ano a ano entre crianças e adolescentes de todos os estratos sociais. Neste ano, a porcentagem de conexão à rede pela televisão chegou a 70%, sendo que a proporção é de 88% entre os pertencentes às classes AB, 75% para a classe C, e 54% para as classes DE. Em 2019, 43% se conectavam via TV; em 2022, 63%.
Já o uso de computadores para acesso à rede para esta faixa etária permaneceu estável (38%) em relação a 2022 (43%). Pouco disponível para os usuários das classes DE (15%), segue predominando nas classes AB (71%) – na classe C é utilizado por 41%.
Disponível em: https://cetic.br/pt/noticia/tic-kids-online-brasil-2023-criancas-estao-se-conectando-a-internet-mais-cedo-no-pais/ (adaptado).
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